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11/29/2005

Heute, Ich bin Kaput

Ontem, depois do trabalho, encontrei-me com Juan para jantarmos. Queríamos ir a uma pizzaria, mas depois de duas tentativas frustradas e quase duas horas perdidas dentro do carro vagando por ruas obscuras, desistimos. Era nossa última noite juntos e era para ser especial. Queríamos comer pizza, tomar um vinho, conversar... Bom, fomos ao Central das Artes, e tomamos o vinho (não o que pretendíamos, infelizmente), porque todas as outras boas pizzarias que eu tinha referência estavam fechadas. Mas a noite não acabou aí. Fomos a outro lugar especial e, resumindo, voltei para casa 5 da manhã. O relógio nos despertou 6:30, porque Juan tinha de estar às 8 no aeroporto. Tomei uma multa no caminho (era meu rodízio), ele chegou em cima da hora (mal tivemos tempo de nos despedir) e eu estou caindo de sono. Nem café com coca-cola resolve!

ps.: saudades, meu bem, volta logo!

11/28/2005

falando de amor

Tão bom viver de amor.
Juan veio, voltei a dormir e sinto uma fome fenomenal.
E ainda dizem que amor não enche barriga. Como é que não???

surpresas do fim de semana

O casamento em Bauru, enfim, aconteceu. Mas, melhor que o casamento, foi o fato de Juan ter ido comigo. Ele simplesmente foi a sensação da festa. Minha família o adorou, fez mil piadas e não o deixou quieto. Sem contar os suspiros pelo salão quando ele passava. Juan causou frisson entre as mulheres. Era visivelmente notável seus olhares sobre ele por onde passávamos, como cães farejadores de ferormônios. Para minha sorte ele estava comigo, hahaha. Acho, modéstia parte, que formamos um simpático casal.

Mas o propósito do post é fazer um outro balanço, principalmente porque é a primeira vez que deixo infiltrar alguém na família. Nunca levei amigo, namorado, ficante ou coisa que o valha a nenhum lugar que não fosse a minha casa na praia. Nem Luciano viajou comigo para algum evento familiar de peso como este, em que todos estariam reunidos.

Ao contrário do receio que eu tinha de que ele não fosse bem recebido, Juan foi aceito pela família como "membro da família". Tanto, que senti que a coisa beirou os limites da inconveniência.

Piadinhas sobre casamento foram corriqueiras, preferidas por aqueles que não perdem nunca a oportunidade de dar alfinetadas um tanto sarcásticas. Claro, devem pensar que sou a mulher mais encalhada da face da Terra...

O fato é que não sou. Quem me conhece sabe muito bem disso. A questão é que sempre tive muito cuidado em expor meus relacionamentos à família porque odeio namoro tipo talk show. Odeio intromissões e comentários indesejáveis típicos das famílias que se acham no direito de participar da relação, tomar conta dela, se metendo em assuntos que não lhe convêm, dando palpites, e conduzindo a coisa à sua maneira.

Isso já me aconteceu uma vez, quando namorava o Luciano. Ele fazia questão que amigos e parentes soubessem de tudo o que se passava entre nós. A opinião deles eram sempre muito importante e, quando na cabeça deles eu estava errada, eu era execrada como Joana D'Arc ao ser jogada na fogueira. Só quem sabe das coisas entre dois é o casal.

No mais, foi bom ele ter ido. Meus pais devem ter ficado assustados pela minha postura. Dormi com ele todos os dias e, se alguém não gostou, não quero nem saber. Nós somos adultos para levar a coisa como dois adolescentes, que se amam às escondidas. Quem sabe agora meus pais se tocam que eu já estou beirando os 30?

Passou da hora de eu conduzir os rumos de vida sozinha.

11/23/2005

mulherzinha

Hoje eu acordei mulherzinha. Mulherzinha, mulherzinha, mulherzinha. Estranho. Vesti-me cor-de-rosa. Comecei a ler romance meloso, assisti novela. Não me importei quando me questionaram se eu era "senhorita" ou "senhora". Acordei assim. Sem vontade de falar o que penso porque poderia irritar os outros. Sem paciência de discutir ao ouvir alguma das costumeiras barbaridades do dia-a-dia, cansada só de me imaginar nadando um pouco que fosse contra a corrente. Morrendo de preguiça de levantar peso, abrir garrafa de vinho, trocar a lâmpada queimada. É. Acordei mulherzinha, decidi agradar a todos, sorrir sem motivo, concordar, manter a voz macia. O que eu mais desejava era receber um abraço bem apertado de um moço que dissesse que iria cuidar de mim, que eu não precisaria me preocupar com absolutamente nada. Então eu tomei uma aspirina e passou.

11/22/2005

Quem pagará o enterro e as flores, se eu morrer de amores?

Adorei o documentário. É triste, melancólico e profundo, tal como Vinícius. Um homem que soube viver a vida ao extremo das consequências, mas não encontrou o eseencial da vida, o amor. Ou talvez tenha só encontrado amores que fossem infinito enquanto durassem. Nove vezes.

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"

11/21/2005

O dia em que fui pedida em casamento

EU: Eu tô pensando em alugar um apê. Quero sair de casa logo
ELE: Eu tbém quero... só não fiz isso ainda pois achei que não era hora... sempre pensando na minha mãe... Estou pensando, inclusive, em, a partir de janeiro, fevereiro do ano que vem, começar a comprar os móveis... aos poucos... Se vc quiser, podemos morar juntos... Poderíamos até dividir as coisas, né? Tipo... eu compro a torradeira, vc compra a geladeira... eu compro o liquidificador, vc compra a máquina de lavar... justo, não?
EU: Mas aí, quando tiver de ir embora do apê, quem é que vai ficar com o quê (rs)?
ELE: quem disse que a gente vai se separar?
EU: uhmmmmmm, a gente não vai casar.... a gente só vai dividir um apê, hehehe
ELE: vc quer se separar um dia?
EU: vc tá me pedindo em casamento?
ELE: sim.
EU: que?????
ELE: parece aquela história do Sex and the city!! “por que não nos casamos?” “ok. joinha”!!!!
EU: Não acho que daríamos certo. Ademais, eu gosto de outra pessoa
ELE: acho que temos tuuudo a ver... aliás, vai ser muito difícil vc e eu encontramos um par que tenha tanto a ver com a gente...

Balanço

As noites de insônia continuam e o meu mau humor, também.
Daniel voltou a grudar.
Minhas coisas do casamento estão atrasadas.
Não tive tempo de ver as meninas. Sinto falta delas.
Compensação: Juan chega quinta!

*****

Palavras do Pastor Valdiney, domingo (acreditam que eu fui à igreja?):
"Ousar é perder o equilíbrio momentâneamente. Não ousar é perder-se para sempre!"
Kierkgaard

*****
Para ser feliz, o homem precisa encontrar o equilíbrio. Para isso, não pode:
ser moralista nem amoral.
ser só razão, mas também sentalista ao extremo.
cultuar o corpo (pensamento hedonista) nem descuidar dele.
Abandonar o seu passado, nem ficar só de olho no futuro.
confundir liberdade com libertinangem.

Por isso são tão poucos os felizes nesta vida. Viver é realmente muito difícil.

Are you Weird?

Yes, a little!, segundo teste que eu peguei no blog da Mari. Todas as meninas responderam, mas a Déia é a mais weird: 60%. O mais engraçado é que tenho as mesmas esquisitices dela. Faço xixi de porta aberta (nunca tem ninguém em casa), não durmo nua (nem quando faz calor de 40 graus) e acelero o carro quando o farol está amarelo (e ainda xingo quem parou). O que será que me faz menos freak que ela???

You Are 30% Weird

Not enough to scare other people...
But sometimes you scare yourself.


Ps.: clique aqui para fazer o teste

11/18/2005

Insônia

As minhas noites de insônia voltaram. Eu e Nani, neste ponto, poderíamos nos fazer companhia, pois estamos sofrendo do mesmo problema: crise de abstinência. Para ocupar o tempo, Nani tem se socorrido da tevê, o que não é uma má idéia quando se têm algum DVD bom para assistir. Para os notívagos e sonâmbulos anônimos que não têm tevê a cabo, como eu, fica difícil decidir o que é menos pior: ver os sermões dos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus ou os leilões de jóias desenhadas por alguém que tem péssimo gosto. Ah, também se pode ficar estirada na cama até ter ataque epilético ou formigamento de pernas e braços...
Mas o pior da insônia é cara de trapo rasgado que a gente fica no dia seguinte. Nem corretivo ou máscara ultra potente compacta resolvem. Sem falar o mau humor, a falta de paciência, apetite, e ânimo. Ontem, disseram que eu estama murcha. Tão murcha, que parecia ter perdido peso. E não é que perdi mesmo? Emagreci 3 quilos em dois dias de estresse e falta de sono. Uff! Ficar esbelta para o casamento é uma boa desculpa para perder peso nessa hora...

11/17/2005

Preciso me Encontrar

Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar

Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas do rio correr
Ouvir os pássaros cantar

Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

TPM

- Todos os Problemas Misturados.
- Tendências a Pontapés e Murros.
- Temporada Proibida para Machos.
- Tocou, Perguntou, Morreu.
- Tente no Próximo Mês.
- Tô Pirada Mêrrmo.
- Tempo Pra Meditação.
- Tendência Para Matar.
- Tira as Patas, Moleque.
- Tenha Paciência, ô Meu.
- Total Paranóia Mental.

Sinto-me como se todos os Ts, os Ps, e os Ms tivessem dentro de mim. Eu tô um lixo.

11/16/2005

um dia de chuva

O dia hoje é a tradução de como anda meu espírito. A chuva traz cheiro de melancolia. Também pudera, passei no Estadão para fazer a minha homologação, carimbar a carteira. Pensei em subir na redação para rever as amigas queridas, mas não tive coragem. Aquele lugar me traz muitas lembranças. Voltei para a editora com a sensação de que, agora sim, meus vínculos com o JT foram rompidos. Fiquei triste, com vontade de chorar. As lágrimas não vieram, mas o dia chorou por mim.

11/12/2005

O perdão da noite

Meia-noite e 4 e eu ainda estou aqui. Previsão de ir embora? Nenhuma. A compensação foi a pizza de chocolate com morango que jantamos. Pelo menos um fim de noite romântico. O chefe foi perdoado.

11/11/2005

Por que, quando tá bom, a gente sempre acha que pode ser melhor?

Não sei se pensar que "o bom poderia estar melhor" é de todo ruim. Afinal, significa que não estamos estagnados, temos ambições, desejos e vontade de evoluir. Querer que o bom fique melhor é impulso que traz progresso. Ou idealismo, ao menos, dependendo da disposição de quem o tem. O outro lado da questão é que também pode significar frustração. Neste caso, a coisa fica complicada. As reflexões aqui dizem respeito à minha escolha de mudar de emprego. É que hoje senti que o bom é mais ou menos, na verdade. Poderia estar melhor. Vou às explicações.

O JT não estava mais bom. Eu vivia chateada e frustrada pela minha estagnação. Concluir qualquer trabalho no JT era exaustivo. Me faltavam motivação, reconhecimento, o desafio de fazer uma coisa nova. Também faltavam oportunidades.

Ademais, eu estava descontente com a minha rotina casa-jornal. Reclamava da falta de tempo. Do estresse, da sobrecarga de tarefas. Foi preciso muita reflexão, e uma crise de pânico, para admitir que o ruim tinha ao menos de ser bom e tomar uma decisão. A decisão, no caso, foi mudar de emprego.

Aparentemente a mudança foi para melhor. Aqui, sinto-me essencial. Nada vai para a gráfica sem antes pela passar pelas minhas mãos. Eu opino sobre título, faço revisões, capa, foto, tudo. E também tenho de pensar, criar projetos, colocá-los no papel e desenvolvê-los. Aqui o reconhecimento vem fácil: das coisas que fiz, até agora, tudo foi aprovado e elogiado. As recompensas também tocam as questões salarial e qualidade de vida. O salto parece ter sido para melhor. Mas hoje senti que ainda não tá de todo bom.

A sensação de insatisfação surgiu depois de ter uma conversa com a outra repórter que trabalha comigo. Além daqui, tem uma coluna fixa na Capricho, escreve sobre comportamento em várias revistas femininas e acaba de lançar um livro. Trouxe o exemplar para eu ver....

Perguntei-lhe de onde vem esse pique e essa disposição para fazer tantas coisas ao mesmo tempo, e ela me disse que faz isso para não se sentir fora do mercado. E aí me toquei de que tenho o mesmo medo dela, mas, diferentemente dela, não estou fazendo nada em prol dos meus objetivos. Baixou a síndrome da mulher maravilha ao avesso. Condenei a minha falta de disposição. Condenei o meu comodismo, a minha preguiça em perseguir as coisas.

Voltou a crise existencial. De querer ser o que não sou e não estar fazendo nada para me tornar quem eu quero ser. Meu projeto de ser escritora e minha pesquisa no tema do livro estão há 5 anos no papel e no plano das idéias. Por que, como outras pessoas, eu não vou atrás dos meus sonhos?

Ok, eu posso estar exigindo muito de mim neste momento... Mas é que esse defeito me incomoda. Esse defeito não pode existir em pessoas que pretendem ser dinâmicas. Eu sou preguiçosa. Eu sou desanimada por natureza. Eu sou uma reclamona da vida.

Eu preciso mudar. Talvez não agora, esta semana, este mês, este ano, mas eu preciso. O bom, vai ser sempre mais ou menos se eu continuar acomodada. Perseguir o melhor não é ruim: desde que isso não seja uma cobrança constante e saia do plano imaginário... Desde que o idealismo seja colocado em prática. Preciso me mexer.

11/10/2005

sobre buscas

"Fecho os olhos e no inverso de Narciso
No lago da memória, a face em desalinho
O meu ser, o avesso do bonito
Horrendo se encontra, sujo e fugitivo.


De mim mesmo, corro sem parar
A trilha das escolhas, boas e as más
Flores e foices, Glória e Pó
Ganhos e perdas, traçam-se o Caminho


É nesse avesso que me visto
Busco Alguém que eu possa completar
A Imagem Perfeita, frágil espelho,
d'Aquele rosto que um dia eu possa me olhar.


Misteriosamente, fundir-me com o Amado
Ser Um com Alguém que tanto busco, sem tino
Ver Tua beleza habitando em mim
n'Aquele cujo eu era Você, o Infinito...


E o encontro se fez."

11/07/2005

casa nova

Parece que a ficha não caiu ainda, mas já estou escrevendo da casa nova, a LDC. O primeiro dia é sempre um choque. Tô estranhando a cadeira, a vista da janela (da minha mesa eu vejo o Shopping Ibirapuera, em vez do Rio Tietê, e aviões da Varig e a da TAM passando a cada 5 minutos), o barulho, ou a falta dele (sim, do 10º andar dá para escutar as businas... Por outro lado, a "redação" é tão pequena que dá para escutar o que todos falam) e até o teclado do computador. E o que mais escutei aqui é: "isso não pode". Não pode usar o MSN. Não pode abrir o Orkut. Não pode escutar música com fones de ouvido. Isso me parece muito estranho... Na redação eu podia tudo. Até passar o dia sem fazer nada... Estou me sentindo um peixe fora d'água. Percebi isso quando fui almoçar. Contratualmente, todos aqui na editora têm de trabalhar 10 horas, com 1 hora e meia de almoço. Eu nunca tive na vida uma hora e meia de almoço. Enquanto todos estavam falando e comendo, eu já tinha comido e estava aflita para voltar para a redação. Depois, fiquei me questionando do por que da pressa... As pessoas são calmas, falam de vagar, caminham alguns quarteirões para ir almoçar. Na rua, dá para escutar o canto dos passarinhos (e, se bobiar, levar umas cagadinhas também)... Depois, a copeira serve café fresquinho. Aliás, desde que cheguei já fui servida três vezes. Ela até já aprendeu: o meu ela faz sem açúcar!
Pois é. Descobri que os hábitos errados estão enraizados em mim ainda. Vai demorar um tempo a me acostumar a essa nova rotina. Mas eu tô feliz. Não é uma mudança negativa. Minha nova casa me recebeu bem, também. Quando voltei do almoço, já havia sobre a mesa bloquinhos, canetas e até o porta lápis. Fala sério!
Tá engraçado. O assunto das pessoas é engraçado. Outras conversas. Pessoas que não parecem ser do meu meio (e não são. A única jornalista somos eu e a minha chefe), que parecem não ter nenhuma semelhança comigo. Ai....
Mas, ok. São as impressões de um primeiro dia de trabalho. Vou ter muito tempo para me acostumar.

11/04/2005

sábia frase

"Bem-aventurados aqueles que são humilhados porque, em tempo oportuno, serão exaltados"

11/03/2005

das despedidas

O que mais fiz nesta semana foi me despedir. Mandar e-mails para a minha lista de contatos avisando sobre a minha saída do JT, aos colegas de trabalho, aos tios e primos já acostumados ao endereço eletrônico "grupo estado" de seis anos... Depois, limpar o gaveteiro, carregar as coisas em sacolas, não saber o que é que presta e o que não vale mais... E ficar analisando o que é que vai servir daqui para a frente. Limpar a gaveta me trouxe recordações. De matérias importantes, de fechamentos estressantes, de baladas de madrugada com as amigas para espairecer.

Mas a despedida também tem seu lado bom. Ao dizer "adeus" eu pude dimensionar o quanto sou querida neste lugar. Mais do que a indignação da equipe (que não se convenceu da minha saída e do posicionamento da empresa em não questioná-la), foi reconfortante ouvir das pessoas que "o caderno vai perder a sua melhor repórter", e "nenhuma outra jornalista fez tanto pela defesa dos consumidores como eu".

Ainda que outras pessoas ocupem o meu lugar (no caso, vai ser a querida amiga Nani, e lhe desejo sorte), meu canto vai ter a minha marca por um tempo.
Estou feliz por isso. O adeus fica menos cruel, tem gosto de até breve.

"...Creio que será permitido guardar uma leve tristeza e também uma lembrança boa;
que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito."
Rubem Braga

11/01/2005

sobre os recomeços

Recomeçar é sempre difícil. Difícil, extenuante e mexe com nossa auto-estima. Muitas vezes olhamos tudo que empreendemos, um mundo que construímos com sacrifício, valor, persistência e garra. E de repente vemos que àquela altura devemos recomeçar.

Não sei quantas pessoas recomeçam em vários campos da vida. Sei que, enquanto apenas o elogio nos habitar e nos acomodarmos, estagnaremos cruelmente. E não há nada pior do que o morno da vida, a falta de vibração e entusiasmo em nome de algo que já conseguimos.

A vida é um eterno e fascinante aprendizado, mas não estarei realizada nunca e buscarei sempre novos rumos cujos horizontes sejam realmente reservas de esperanças, valor, qualidade e verdade.

Recomeço não para anular tudo que fiz, mas para reavaliar e imprimir mais qualidade, sensações ainda mais profundas de afetividade e de ternura, e continuar sempre com respeito aos semelhantes, mais percepção, discernimento, uma inspiração progressiva e potencialidades aperfeiçoadas.

Minha alma esperou até agora. E já ansiosa parte para essa nova experiência com a vontade férrea que propiciará novos dias de contradições, talvez de um mundo mais perceptível, valoroso e transbordante de verdades saudáveis e flexíveis. Resta-me apenas iniciar. E saborear o que é novo.