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11/24/2008

Everybody's looking for something

Mas cansei de tentar saber o quê. Peço alta da terapia?

What about Austria?

E, em meio ao filme, ele pegou a minha mão. Louro, alto e olhos azuis, por um momento achei Viena interessante... Mas, em casa, saí na varanda e fiquei olhando para a Nove de Julho. É, acho que nunca estive tão apaixonada por São Paulo como agora.

11/19/2008

Ex Toto Corde

Deus meus,
ex toto corde poenitet
me omnium meorum peccatorum,
eaque detestor, quia peccando,
non solum poenas a te iuste
statutas promeritus sum,
sed praesertim quia offendi te,
summum bonum, ac dignum qui
super omnia diligaris.
Ideo firmiter propono,
adiuvante gratia tua,
de cetero me non peccaturum
peccandique occasiones
proximas fugiturum.
Amen.

11/04/2008

Sem solidão diante de um prato de ostras

Eu nunca gostei de comer sozinha, mas agora que resolvi morar só, já estou me acostumando à idéia. Afinal tudo é questão de percepção. Se você se sente culpado, e um idiota sentado à mesa sozinho, é terrível. Mas se você encara a situação como um privilégio – afinal, a sua companhia poderia ser um tremendo chato, irritante e inconveniente – pode ser delicioso.

Estava em Ubatuba, faminta e solitária, e além do ponto da sociabilidade. E, sem que desse conta, passei diante de um bar que tinha um balcão, pouca luz, e um imenso cartaz: ostras frescas. O lugar perfeito, longe de mesas e toalhas e dos casais que jantavam à luz de velas. Só eu e a garrafa de chardonnay: que casal perfeito!

Quando o prato de ostras chegou, fiquei feliz por estar sozinha. Uma coisa tão pura e cintilante como uma ostra crua exige muito da nossa atenção.

Você precisa cheirá-la, para sentir a brisa do mar, o som das gaivotas e das ondas quebrando. Tem de tirá-la da concha com cuidado e delicadeza, temperá-la com limão, levá-la à boca, para sentir sua refrescância e, depois, deixá-la escorregar pela garganta, entregando-se totalmente à voluptuosidade daquele momento. Ah, que sexy.

Depois que o prato acabou, e a garrafa secou, pensei que há algo docemente decadente em ser uma mulher de 30 anos, charmosa e solteira, apreciando um prato de ostras em seu leito gelado. Por que é bom entregar-se a pequenos e deliciosos prazeres.

Mesmo desarrumada e frenética, de chinelos e sem boas maneiras, com as mão ensopadas e o rosto melecado, sai daquele bar com a sensação tão boa de felicidade. Satisfeita e realizada tanto como uma criança de 6 anos quando calça os sapatos de salto alto da mãe e fuma cigarros de chocolate...