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4/24/2007

Melhor Idade

Não, isso não é mais um surto daqueles que geralmente tenho quando encontro um fio de cabelo branco. O lance é outro. Falo, de fato, da Terceira Idade, ou da Melhor Idade, como algumas pessoas carinhosamente preferem falar. Acima dos 60, quando já se está aposentado, só curtindo a vida, viajando muito, sem preocupação, com os filhos já casados, e sendo paparicada pelos netos. Mais ou menos o que eu quero ser quando tiver meus 70 (rs).

Pois bem, eis que segunda-feira, em Bauru, eu fui parar num inusitado baile dos coroas, de um tal Grupo Pholhas, do tempo em que farmácia se escrevia com PH. O que eu mais fiz foi rir, rir dos coroas cantando "Teel me once again" (Light Reflections), vulgarmente traduzido para o português "Telma eu não sou gay", todos muitíssimos alinhados, em empecáveis vestidos de festa, dançando de rostinho colado, relembrando os bailes da adolescência. Como disse um amigo, ao comprar o ingresso, ganhava-se, grátis, uma vacina para gripe, hahaha! Como não rir?

Mas, enfim, o que eu quero falar não é só isso. É que lá eu percebi o quanto a velharada é animada, tem disposição. Vocês não imaginam como os coroas são bons de azaração. Vários arrumaram par. E eles... namoram. Ah, eu vi (olhem só, EU VI) muitos velhinhos de mãos dadas e trocando beijos pelo salão (rs!) Ou melhor, "ficando", hahaha!

Naquela hora eu pensei que também vou ficar velha, e como seria bom encerrar a vida assim, num salão, rindo, dançando, e feliz, ao lado do meu velho. Só não ao som de Pholhas, por favor! Por falar em banda, será que vai ter show do Gun's and Roses? hhhhhhh, EU QUERO!

PD.: A foto aí é de 1969, quando eles se preparavam para lançar o primeiro disco. Descobri num site oficial (os caras têm site oficial, fala sério!). Lá tem tudo: letras das músicas, fotos raras, e a história da banda. Espiem, por curiosidade: http://www.pholhas.com.br

4/23/2007

Aviso














Mulher, de 29, anuncia que já tem casa própria.
http://www.varandapompeia.com.br

4/17/2007

Straßenbahn


Aiana já disse sobre as sensações que nos fazem lembrar de situações gostosas que vivemos, e não podemos esquecer. No caso dela, as lembranças trazem cheiros e barulhos de Londres, da casa onde ficou, das estações de trem por onde andou, do sopro gélido das manhãs.


Eu também tenho essas sensações, mas nenhuma é tão viva quanto dos dias em Berlim. Lembro do cheiro dos móveis de pinus no apartamento. Da frescura do quarto, que não batia sol. Do perfume dos meus lençóis, recém-saídos da máquina de lavar. Dos croissants de chocolate que comia todas as manhãs, do frescor do vento nas ruas por onde caminhei tanto a pé. Mas também me lembro do barulho do Straßenbahn, que eu pegava todos os dias quando saía de casa para ir ao Goethe. Esse som é inesquecível. Se fecho os olhos, consigo me transportar para lá, e chego a ouvir com perfeição o sinal de parada, seguida da voz feminina que anunciava a estação Prenzlauer Berg.

Ahhhhhhhhhhh, que saudades!

4/13/2007

Coisas que a gente descobre com o tempo

Que perder peso, beirando os 30, é quase uma utopia, se não houver disposição para malhar firme. Restringir a dieta e caminhar de vez em quando definitivamente não adiantam.

Que tingir os cabelos não é mera questão estética. Cabelos brancos de fato existem e, se a gente descuidar, eles dominam tudo.

Que "agenda" significa muito mais que um acessório que a gente leva na bolsa. Ela pode ser a coisa mais importante de nossas vidas.

Que compromisso não é só ir ao médico e ao dentista a cada seis meses. No meu caso, significa "reunião", praticamente todos os dias.

Que falta de tempo não é uma mera desculpa ou pretexto. Ele é de fato muito curto e extremamente disputado.

Que cumprir prazo é muito diferente de cumprir horário. Muito!

E mais dinheiro no contra-cheque não significa necessariamente mais dinheiro no banco, ou no bolso. A gente sempre vai arrumar mais despesa para justificar nossos impulsos consumistas.

Não sei se todas essas constatações são boas ou ruins. Mas, se me perguntarem qual dos dois tempos eu prefiro, eu seguramente direi "este"!

4/10/2007

Alles klar!

Ele me telefonou, com aquela voz de locutor de rádio, chamando por mim, como se já fôssemos íntimos. Enquanto ele falava, só pensava naquele rosto que emoldura aqueles olhos azuis que fazem qualquer mulher sair do sério. Quase gaguejei quando ele me fez uma pergunta, com toda a gentileza do mundo, que os homens de classe costumam ter. Respondi, e marcamos, então, um encontro. Ele voltaria a telefonar quando estivesse próximo. Por volta das 17:00, ele voltou a telefonar, do celular. Disse que estava a caminho, já quase chegando. Olhei pela janela, minutos depois, e vi um carro preto parado na esquina. Lá estava ele! Enquanto descia o elevador, voltei a imaginar aquela voz - AH, AQUELA VOZ - dizendo: Patrícia? Sim, era eu, era eu. Cruzei a portaria e logo o avistei, parado, com um pacote nas mãos. Procurava por mim. Abri um sorriso, como que querendo me apresentar (afinal, ele não se lembrava tão bem de mim). Ele me entregou a encomenda, e me agradeceu por ter ido a seu encontro. Eu voltei para as minhas coisas; ele, para as dele, numa despedida intrigante... Tanto quanto o Caco Barcellos que, há poucas semanas, eu só conhecia pela tevê. Nem eu sabia que era tão tiete dele assim!