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6/25/2009

Máximo das Máximas

Fumar faz bem à saúde. Um país não se faz com homens e livros. Deixe para amanhã o que pode fazer hoje. A pressa é amiga da perfeição. Ultrapasse outro veículo quando a faixa for contínua, sobretudo se estiver bêbado. É possível completar a chamada. Só o amor não constrói para a eternidade, o ódio sim. No momento posso atendê-lo; por favor, não ligue mais tarde nem nunca.

Quem dá a Deus não empresta aos pobres, empresta a si mesmo. O todo é menor do que a parte. Peru de fora deve se manifestar. A soma do quadrado dos catetos não é igual ao quadrado da hipotenusa (É preciso saber previamente o que seja uma hipotenusa. Mas é bom saber quem foi Pitágoras, lateral-esquerdo de um time de São José das Três Ilhas).

Sua alma não é sua palma nem sua calma. Quem te viu continua te vendo. Cavalo na chuva não é para se molhar, mas para se refrescar. O apressado não come cru, come mais e melhor do que os outros. Por fora, bela viola; por dentro, nada mesmo. Dize-me com quem andas e te direi o que queres deles. A hora não é de consenso, a hora é boa pra virar pangaio (até hoje não sei o que é o "pangaio" daquela marchinha gravada pelo Bando da Lua nos anos 30).

Quem vê cara vê cabeça, tronco e membros. Dura lex sed lex, meu cachorro chama-se Rex. Água dura e pedra mole tanto dá que tudo fura. Os cães passam e as donas deles também. Mais valem dois pássaros na mão do que um voando. O corcunda não sabe como se deita. Vão-se os dedos e ficam os anéis. Pra baixo todo mundo ajuda. Pão pão, queijo queijo, goiabada goiabada. Depois da bonança, sai de baixo que vem a tempestade. E atenção, senhores passageiros, favor fumar nos lavatórios. E não esqueça: voltando à consulta, queira trazer a receita.

Cony

6/24/2009

Sobre o que a gente mais quer

O Namorado Perfeito abaixa a tampa do vaso sanitário sempre. Claro, lava o banheiro também...

6/17/2009

Sem correr



não temos pressa. não procuramos simetria nas nossas vidas tortas. estamos de folga dos suspiros ofegantes. das cartas desesperadas. e dos telefonemas a meia-noite. não esperamos respostas para os sms’s sem perguntas. não falamos alto. não pedimos atenção. não trocamos flores, elogios e bem-me-queres. degustamos o tempo em seus compassos. não pulamos as vírgulas. os pontos. os travessões. não alimentamos grandes expectativas. nem cachorros abandonados. não planejamos o jantar. nem o final de semana. nem o nome de nossos filhos. não quero saber se teremos filhos. não esperamos que venham num cortejo de borboletas amarelas. estamos casulo. metamorfoseando. não tenho lindos sonhos que desejaria estar para sempre. não me lembro ao certo quando te conheci. nem se eu queria conhecer alguém naquele tempo. mas isso não importa nesse momento.

sem correr. só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade: eu e você não acontecemos por uma relação causal, mas por uma relação de significado. que ainda estamos trabalhando.

ilustração: marina faria
texto: tiago yonamine
www.fragmentos.bz

6/08/2009

Pintou o amor



Ela está por toda a cidade. Da avenida Angélica à Faria Lima, passando pela Vila Madalena, pela zona norte e pela região do Baixo Augusta. Até mesmo entre os mais distraídos, é difícil encontrar quem ainda não se deparou com a frase: "O amor é importante, porra!", pichada nos muros e estampada em cartazes.

A cada dia, ela ganha mais admiradores. "Acho inspirador, em uma cidade como São Paulo, onde as pessoas só se preocupam em trabalhar ou encher a cara, saber que há quem se lembre do amor", desabafa a escritora Clarah Averbuck, 29, autora, entre outros, de "Máquina de Pinball" (ed. Conrad, 80 págs., R$ 22).

Na internet, blogs, fotologs e flickrs comentam a proliferação da declaração anônima pela cidade e trocam pistas a respeito da identidade do pichador. "É uma lenda urbana. Ninguém conhece", garante a blogueira e fotógrafa Adelaide Ivánova, 26, que fez uma campanha na web para identificar o responsável. Sem sucesso.

Na impossibilidade de solucionar o mistério, ela coleciona e publica em seu blog www.vodcabarata.com.br) fotos da declaração em diferentes pontos da cidade. Para isso, conta com a ajuda de amigos. Já reuniu ao menos 12 registros.

A personal stylist Fernanda Resende, 30, é uma das colaboradoras. No último fim de semana, parou o carro na contramão, na rua Tutóia (Paraíso), só para tirar uma foto, com a turma de amigos, em frente à pichação. "Acho que é alguém muito desesperado para disseminar o amor."

O escritor e jornalista Xico Sá, 46, colunista da Folha, arrisca um palpite: "Deve ser alguém que levou um pé na bunda gigante. Só o pé na bunda desperta tanta emoção", brinca.

Espécie de "muso inspirador" - por conta do emblemático "te amo, porra", imortalizado pelo filme "Eu Te Amo" (Arnaldo Jabor, 1981)-, o ator Paulo César Peréio, 68, sente-se homenageado com a multiplicação de recados românticos pela cidade. "Sou da contracultura, adoro as pichações. Tomara que elas continuem nas ruas."

Apesar do sucesso, o enigmático autor das frases não quer ser identificado. A Revista consultou grafiteiros, pichadores, artistas e integrantes de coletivos de intervenção urbana na tentativa de descobrir a sua identidade. Gente de seu convívio localizada pela reportagem tratou o assunto como um grande segredo.

Para o artista plástico Alexandre Órion, 30, que realiza intervenções urbanas, o autor não é pichador. "Eles sempre assinam. Também não deve ser um artista gráfico, que teria uma preocupação estética maior. Mas é uma das melhores intervenções que vi nos últimos tempos", diz.

Segundo o artista plástico e grafiteiro Chivitz, 32, que integra o coletivo Neurose Urbana Crew, pichação geralmente não tem uma mensagem. "E esse cara insiste sempre na mesma ideia."

por Leticia de Castro

6/03/2009

Ideal para nós dois. Quem sabe?