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10/31/2005

Fitinha da sorte


Há certas coisas em que não acredito, mas acho prudente não duvidar. O poder das fitas do Senhor do Bonfim é uma delas. Eu fiz três pedidos, na verdade, e amarrei ao braço. Tudo bem que é bem cafona andar por aí com uma fitinha verde nada discreta. Pior ainda: esperar que ela arrebente para que os pedidos se realizem... Mas num é que ela já tá arrebentando?

puta que pariu

Graças à minha queridíssima empregada, tomei um banho de óleo sábado. Como se não bastasse ter guardado a coisa totalmente fora de lugar (no armário onde estão as toalhas), ela deixou o recipiente aberto. Fiquei cheirando gordura de cozinha o dia todo.
Ninguém merece...

... e a resposta foi...

Sim. A resposta que eu estava esperando sobre a vaga foi sim.
Emprego novo, vida nova! Dra. Elza vai ficar orgulhosa de mim.
Não é para eu estar feliz? Mas não estou.
Não sei o que é que falta. Não sei o que se passa.
Não sei por que eu perdi o êxtase pelas coisas boas.
Mas eu não vou fechar essa porta. Se ela se abriu, é porque algo inesperadamente bom me espera. Não quero ter medo. Não quero encontrar argumentos que me convençam do contrário.
Sim, vai ser bom, quero pensar positivo.
É hora de recomeçar

reflexões num dia de domingo

Domingo nublado e de chuva é dia de deitar no sofá enrolada no cobertor bem quentinho e comer beijinho com a colher, vendo tevê. Foi exatamente o que fiz, vendo os últimos vídeos da 6ª temporada de Sex and The City. Fiquei um pouco deprê. E acabei fazendo muito mal em responder ao Teste da Felicidade do Globo Repórter. O resultado foi que "sou muito infeliz". Claro, não imaginava mesmo que fosse dar coisa diferente...

*******

Mas queria contar um pouco sobre os filmes. Principalmente o episódio em que Carrie leva um fora do Berger via post-it. Pior que isso só por fax ou via Sedex e carta registrada com Aviso de Recebimento. Mas a pergunta que não quer calar veio à tona...
Quando é que os homens vão ter descência de dizer com todas as letras, na nossa cara, que estão "saindo da relação porque não estão mais a fim"? Quando vão ter a honestidade de assumir que estão nos deixando porque não sentem amor? E parar com a ladainha de que somos "sensacionais, muito especiais", "que não querem magoar" e blablablá?
Puta que pariu, pior que dar o fora, é dar o fora querendo ser gentil. Pior ainda, é dar o fora e querer ser amigo.
Mas também fiquei pensando...
Quando é que nós, mulheres, vamos ter sensibilidade de perceber que eles não estão mais a fim e tomar a dianteira? Dar o fora neles primeiro?
Não seria ótimo?
Chegar e dizer: eu tô dando um fora em vc, porque, se eu não o fizer, vc vai dar em mim, e não quero ficar 6 anos na terapia para me recuperar do choque...

Então, quando é que vamos perceber quão fértil pode ser a imaginação de uma mulher diante de um homem disposto a fugir de qualquer compromisso e encarar quão esfarrapadas são as desculpas de nossos pretendidos - e ficar bem longe de homens que não são bons o suficiente para gente.

Isso certamente acabaria com a Sindrome do pós-fora, cujos sintomas são as velhas perguntas: Por que ele não me ligou nunca mais? O que aconteceu para ele desaparecer? O que foi que eu fiz de errado? O que eu foi que eu falei?

A resposta é: não há telefone estragado ou crise existencial que sirva de desculpa.
Quando qualquer dessas situações ocorre, a explicação é muito fácil: ele simplesmente não está a fim.

Sábias, então, as dicas do Livro "Ele Simplesmente Não Está a Fim de Você", de Liz Tuccillo e Greg Behrendt, os autores do seriado... Elas, segundo os autores, nos ajudam a eagir ao desdém alheio. Mulheres, anotem:

1 -Uma desculpa, por mais bem-educada que seja, é sempre uma rejeição.
2 - Se você pode encontrá-lo, ele também pode. Se ele quiser, dará um jeito.
3- "Eu não quero ter um relacionamento sério" na verdade significa "Eu não quero ter um relacionamento sério com você".
4 - "Não quer se casar" e "Não quer se casar comigo" são coisas bem diferentes. Certifique-se bem de qual categoria se aplica a ele.
5 - Se você ficar tentada a passar muitas noites apenas enroscada com alguém, compre um cachorrinho.
6 -Se ele não cumpre pequenas promessas, fará o mesmo com as grandes.
7 -Se ele só quer estar com você e conversar quando está embriagado, isso não é amor, é esporte.
8- Se ele é casado, lembre-se de que ele ainda é dela. Há homens legais e solteiros no mundo. Ache um e saia com ele.
9 - Se ele reclama da ex-mulher ou chora pela última namorada, procure outra pessoa para levar você ao cinema.
10 - Sexo sem compromisso continua significando que vocês terminaram.


P.S.: encontrei esse texto, Não entra mudo, mas sai calado, que tem tudo a ver com o assunto.

10/27/2005

quarteto sensácional



Nani, eu, Juvs e Evelina...
Saudades daquele fondue

Sobre o triângulo amoroso

Os seres humanos são dotados dos sentidos, entre outras razões, para ter preservada sua integridade física. Quanto aos riscos existenciais, sobretudo os que derivam de sentimentos amorosos, nem sempre se está aparelhado para percebê-los e lidar com eles. O coração apaixonado costuma turvar o raciocínio, e leva a um distanciamento da realidade.

Uma mulher questiona o namorado, um homem casado, com o qual vem saindo há meses. Ele não se separa, diz ela, por não conseguir viver longe dos filhos pequenos. O importante nesta situação é que a mulher cujo parceiro está comprometido num casamento acredita em cada palavra que ele lhe diz. A esposa sabe do “caso”, segundo ele diz a ela, mas finge não acreditar. Não acreditando, ignora a situação e se desdobra, dedicando sua atenção aos filhos e ao marido.

A amante sabe das restrições impostas pela situação daquele com quem decidiu se relacionar, e pensa que a esposa a ignora, ou finge ignorar o que está acontecendo, e a recrimina por isso. Esta, com a atenção voltada para os cuidados do lar e para sua profissão, sabe que o marido se sente um pouco abandonado. Não fosse esta uma fase pela qual passam quase todos os casamentos, nos dias de hoje! E quando falo em “fase” quero dizer exatamente isso: um período difícil, em que marido e filhos esperam da esposa e mãe uma atenção total que lhes será negada por impossibilidade.

A namorada se esquece de que um homem apaixonado enfrenta todo tipo de obstáculos para realizar seu sonho de viver junto aquela sem a qual não consegue mais ser feliz. Certo.
Existe o conflito. E a família esfacelada? E o trauma dos filhos? E a decepção da esposa? Mas em tempo de paixão, os questionamentos se apagam e o apaixonado faz o que todos costumam chamar de “loucura”. Separa-se.

No caso em pauta, a queixa da namorada se refere ao que ela não consegue enxergar como bom senso da parte do amante. Seis meses se passaram, a paixão é intensa, ele lhe dá provas de amor mas não abandona o lar. Deseja, é possível, manter a confortável e, para ele, legítima situação: não precisar escolher entre as duas mulheres. Afinal, amor e sexo, amor e desejo, nem sempre andam juntos.

E enquanto a mulher apaixonada não distingue amor de ardor sexual, o infiel, não raro, desenvolve um carinho especial por aquela que ele “engana”. De rejeitado que se sente, passa à condição privilegiada de quem tem um segredo. E o gozo de viver o triângulo adquire um sabor inigualável. É interessante ressaltar que tudo se passa como num sonho: a realidade pouco interfere no que está sendo vivido.

Para o que não desfaz o casamento, a esposa é sempre frágil, é aquela que não suportaria uma separação, e sabe Deus o que poderia acontecer com ela se ele desse um corte naquele casamento!

A namorada continua a investir nessa relação. Na maioria das vezes, acredita que é só uma questão de tempo. Tempo que não passa, pois as coisas continuam iguais. E por maiores que sejam as evidências de que daquela mata não sairá coelho, a apaixonada, teimosa, inventa atenuantes que a apaziguam.

A recusa em ser a “outra” vai arrefecendo. Um outro gozo se sobrepõe aos delírios da paixão. O gozo de ser uma sofredora, aquela que suporta tudo, a que ama de verdade e que tudo faz por seu amor! Entre a paixão e a estabilidade do lar, o amante lhe diz, por atos, que não abre mão da segunda opção. E ela não entende.O desejo de que as coisas correspondam ao que não passa de impressões impede, freqüentemente, uma avaliação objetiva do intrincado relacional em que se envolveu.

A mulher sem compromisso se vê enredada numa história em que a lógica da certeza, a mais perigosa de todas, passa a nortear suas escolhas. Não percebe, nesse caso, que em vez de estar construindo seu futuro, está tornando agradável a vida de um homem que dificilmente será o companheiro pelo qual, no fundo, anseia. Prefere viver frustrada a lidar com o vazio que experimenta sem o companheiro compartilhado. E perde seu tempo.

Ps.: a história não é bem assim, mas muitas vezes acho que estou fazendo exatamente isso: perdendo meu tempo.

10/26/2005

pequenas doses diárias...


... que levantam o astral <:-)
- Receber flores, ainda que virtuais, de alguém especial (que fez a foto especialmente para mim)
- Saber que meu currículo foi selecionado entre 10
- Ouvir do porteiro que era um prazer me conhecer, porque lê todas minhas matérias
- Receber uma ligação de boa sorte
- Ganhar um CD da amiga, gravado especialmente para mim

... que desanimam {:-(
- Comandar a editoria porque a chefe viajou
- Receber intimação do cartório para pagar uma dívida
- Saber que a melhor amiga não está bem... e vai ter de tomar remédio

... que causam ansiedade <:-@
- Esperar até sexta-feira pelo "sim" ou pelo "não"

10/25/2005

gafes de empregada

Toca o telefone e eu grito à emprega: "Se for para mim, diga que não estou". Ela atende e diz que não estou. Depois que desliga, e avisa: "Era alguém te procurando sobre uma vaga de jornalista. Acho que iam te oferecer emprego"

Hora do almoço e ela pergunta se fico... Questiono o que tem para o almoço e ela responde que... nada. Minha mãe não havia dado as recomendações sobre o que deveria ser feito.

Sem contar que ela desembrulhou os lápis que eu tinha trazido de lembrança de Olinda para as meninas, e ainda os apontou. Eu reclamei, e ela respondeu: "é que queria deixá-los pronto para o uso".

Ela também desembestou a arrumar as gavetas do meu armário e, por ter muita coisa, levou umas peças minhas para o guarda-roupa da minha irmã. Até hoje não as encontrei. E outro dia, em suas limpezas enlouquecidas, não soube onde tinha guardado o controle remoto do DVD.

fala sério... Ninguém merece uma empregada dessas

10/24/2005

das comédias e das tragédias

Vamos falar sobre a natureza humana. Seria ela essencialmente trágica ou cômica?
Depende. Sobretudo de como vemos e sentimos a coisa. Tragédia ou comédia depende de nós... Pelo menos é o que acho, e tive mais certeza de ver Melinda e Melinda, do Woody Allen.

A coisa começa num bistrô. Amigos discorrem sobre as tragédias e as comédias humanas. Um deles fornece a premissa - uma garota surge desavisadamente num jantar de amigos e causa constrangimento. A partir daí, cada um desenvolve a história de acordo com suas respectivas crenças.

Aquele que acredita na dramaticidade pinta Melinda neurótica, que irrompe cheia de malas e toda estropiada no jantar em que ator Lee organiza para um diretor de teatro. Ele, que deseja o papel principal numa peça, fica bravo - afinal, Melinda, amiga de adolescência de sua esposa, poderia escolher uma hora melhor para aparecer. Acontece que Melinda acabou de sair da prisão, matou o namorado, foi pega pelo marido com o amante FOTÓGRAFO, HAHAHA, perdeu a guarda dos filhos, não tem emprego, nem onde morar... É o começo de uma série de lamúrias sem-fim. Claro que ela acaba frustrada, depois de outro fracasso amoroso com um pianista, internada numa clínica psiquiátrica, depois de tentar se jogar pela janela.

Já o amigo do bistrô que acredita na comédia faz de Melinda uma tipa tão atrapalhada quanto encantadora. Ela bate à porta do ator fracassado Hobie justamente quando a mulher dele oferece um jantar a um possível investidor do seu futuro filme. Melinda não tem contas a acertar com ninguém, pelo contrário. Acaba de se mudar para o andar de baixo. Mas como a Melinda trágica, começará aos poucos a mudar a vida de todos ali. O tipão rico e sem cérebro arranjado a melinda acaba com a esposa de Hobbie e, enfim, ele se vê livre para se declarar à querida atrapalhada...

Daí que fiquei refletindo sobre o lado dramalhão que impera em mim. Não que minha vida seja uma comédia, mas também não é nenhuma catástrofe da qual eu não possa interferir e tenha de aceitar o fadado fim de ser a pessoa mais infeliz da face da Terra. Em mim também existem as duas Melindas e depende exclusivamente de mim a qual delas dar o papel principal. O script da minha vida não tá pronto.

Moral da história: a vida pode ser uma tragédia ou uma comédia, depende de como se olha para ela. Clichê, ok, mas é assim mesmo, né? Não são somente as escolhas que condicionam o destino do homem, mas o sentimento sobre elas e a maneira como lidam com estes sentimentos.
São risíveis os fracassos inevitáveis? São desabonadoras e melancólicas as desilusões amorosas? E amanhã, se vai rir ou chorar das perdas e das vitórias?
O que não se discute é o arbítrio do homem frente a seu destino...

Tendo em vista que a Melinda cômica acaba com o mocinho no final, é esse o meu lado Melinda que desejo que venha à tona. Também quero ser "feliz para sempre", ainda que a frase soe como uma grande piada dos contos de fada dos irmãos Grimm.

momento sensatez

Depois da fase chora-chora, percebi que estava sensível demais por bobagem e, se queria sofrer, deveria fazê-lo pelas coisas reais, que realmente fazem sentido. Duas da manhã, peguei "Sobrevivir a un fusilamiento, Ocho historias reales" que ganhei de Juan nessa última vinda ao Brasil, para ver se tinha um choque anifilático para perceber que os problemas são pequenos demais para o dramalhão que faz a minha cabeça. Nani está passando por processo semelhante ao meu. Tá pensando em procurar o Hospital do Câncer para fazer trabalho voluntário. I feel like I'm going to lose my mind...

Fantasma da Ópera

Tenho de admitir que me rendi ao amor. De vez, sem me achar ridícula, boba, ou inferior. Ando chorona e mega-hiper-ultra-super-sensível por qualquer coisa. Um beijo romântico na tevê, uma frase de efeito num filme, uma música... e meus olhos imediatamente se enchem de lágrimas, sem mais nem porquê. No fim de semana, peguei as temporadas de Sex and te City que eu queria ver e aluguei o Fantasma da Ópera, para relembrar o espetáculo. E chorei outra vez, como naquele dia tão especial. Lembro-me da ansiedade que tinha em falar com Juan, e da tristeza que sentia imaginando que não voltaria a ter notícias dele. Fui ao teatro apreensiva, e cheguei a ligar para a Cris minutos antes de começar a peça para perguntar se havia algum e-mail dele a mim. Sim, havia, mas eu teria de chegar em casa para ler. Chorei o espetáculo inteiro, sentindo um aperto forte no peito. Mas, como se meu pensamento tivesse ido buscá-lo (no Caribe, porque ele estava viajando), ele me ligou, horas depois, dizendo que havia sentido a mesma coisa e por isso ligou. Ai, quantas lembranças boas, lindas e tristes... Tudo isso passava pela minha cabeça enquanto o filme corria. E aí, não agüentei quando Raoul cantou All I Ask of You para Christine. Chorei, chorei, chorei, como uma louca apaixonada. Lindo, lindo, lindo, simplesmente. Depois que o filme acabou, coloquei-o outra vez. Eu tô um poço de emoção - ou de fato enlouqueci?


All I Ask of You

RAOUL
No more talk of darkness,
Forget these wide eyed fears.
I'm here, nothing can harm you
my words will warm and calm you.
Let me be your freedom,
let daylight dry your tears.
I'm here, with you, beside you,
to guard you and to guide you . . .

CHRISTINE
Say you love me
every waking moment,
turn my head with talk of summertime . . .
Say you need me with you, now and always . . .
promise me that all you say is true
that's all I ask of you . . .

RAOUL
Let me be your shelter,
let me be your light.
You're safe: No-one will find you
your fears are far behind you . . .

CHRISTINE
All I want is freedom,
a world with no more night . . .
and you always beside me
to hold me and to hide me . . .

RAOUL
Then say you'll share with
me one love, one lifetime . . .
Iet me lead you from your solitude . . .
Say you need me
with you here, beside you . . .
anywhere you go,
let me go too -
Christine,
that's all I ask
of you . . .

BOTH
Love me -
that's all I ask
of you . . .
Anywhere you go
let me go too . . .
Love me -
that's all I ask
of you . . .

10/20/2005

soneto de amor


Cuántas veces, amor, te amé sin verte y tal vez sin recuerdo,
sin reconocer tu mirada, sin mirarte, centaura,
en regiones contrarias, en un mediodía quemante:
eras sólo el aroma de los cereales que amo.
Tal vez te vi, te supuse al pasar levantando una copa en Angol,
a la luz de la luna de Junio,
o eras tú la cintura de aquella guitarra
que toqué en las tinieblas y sonó como el mar desmedido.
Te amé sin que yo lo supiera, y busqué tu memoria.
En las casas vacías entré con linterna a robar tu retrato.
Pero yo ya sabía cómo era. De pronto mientras ibas conmigo te toqué y se detuvo mi vida: frente a mis ojos estabas, reinándome, y reinas.
Como hoguera en los bosques el fuego es tu reino.
Neruda

raiva

- voce esta lindona heinnnn?
- eu? não...
- eu acho voce exotica... traços marcantes.....
- sei lá, me acho tão normal
- que nada...voce aos olhos dos homens que gostam de olhar o charme de uma mulher é uma - mulher que chama muito atençao
- não sabia...
- acho voce sensual..o olhar...os labios...me faz dar asas a imaginacao
- mas eu não me acho nada disso, acredita?
- nao fale isso...esse seu cabelo...as curvas de seu pescoço..sao dignos de um beijinhos delicadinhos...umas mordidinhas....
- aiai, que imaginação...

Por que quem eu queria que dissesse isso não diz, e está tãooooooo longe, do outro lado do oceano? Que raiva!

10/19/2005

aiiiiii

Recebi duas ligações especiais hoje, de Valdívia, Chile. Uma pela manhã, dando bom dia. Outra de boa noite, no fim do expediente. Aiiiii, que lindo. Ainda bem que existem essas compensações num dia trash de trabalho. Sou uma pessoa mais feliz por isso. Gracias!

bem resolvida? piada!

Ontem foi dia de voltar à dra. Elza, depois de prolongadíssimas férias da terapia. Estava ansiosa, achando que iria surpreendê-la com minhas últimas reflexões sobre o conflito casa-trabalho-juan-frustração que suceu a crise de pânico. Animada, relatei-lhe as viagens, o encontro com Juan e os planos para o futuro.
_ "Então, vai mudar de emprego?"
_ "Que nada", respondi. "Mas também não tenho tanta urgência em sair".
_ "E pq não? Algo mudou?"
_ "Nada, só piorou. Tenho certeza absoluta de que odeio aquele lugar."
_ "E Juan, falou com ele?"
_ "Sim, ele veio ao Brasil há poucas semanas e conversamos."
_ "E o que ficou decidido?"
_ "Nada. Só conversamos."
_ "E vc pretende fazer o que da vida, então?"
_ "Eu, nada. Não tenho nenhum plano para o futuro."

Moral da história: as férias foram só um paliativo. Eu continuo a mesma nada de antes.

Beijo na boca de surpresa

Beijo roubado é bom, mas nem sempre. Quando digo nem sempre, me refiro ao fato de ele ter sido roubado por um amigo com quem convivo há anos, conheço todos os defeitos e os odeio e, definitivamente, não sinto nenhuma atração. Neste caso, sexual. Só que aconteceu... E de uma maneira da qual não pude sequer me desvencilhar.
E foi beijo de tirar o ar, de acabar com a respeiração e tudo. Ou eu beijava, ou morria sufocada.
E foi... estranho. Até porque, um dia antes, eu estava com outro alguém, que me desperta todos os sentidos possíveis e imagináveis. A comparação foi imediata e incosnciente. Senti nojo, depois raiva, depois desprezo. Um beijo sem significado, sem emoção, sem sensações. Era como se, literalmente, tivesse beijando o meu melhor amigo.
O meu "caso" com Daniel é antigo. Somos amigos da faculdade, ou seja, são só 10 anos de convivência. Foi quando começou a relação nível D, de descoberta das afinidades. Sim, temos muitas coisas e gostos em comum. Qualquer lugar com ele é bacana. Temos assunto para muitas conversas. Adoro o gosto refinado que ele tem para as coisas, os lugares que ele me apresenta. E a maneira como ele me vê, principalmente, pois reconhece e valoriza o que tenho de melhor, como poucos homens já reconheceram.
A questão é que ele me conhece tanto que me irrita. Não consigo ficar mais que um dia em companhia dele. Ele me irrita de propósito. Me conhece tão bem, tão bem, que sabe perfeitamente me tirar do sério...
Na definição da dra. Elza, essa minha reação arisca poderia ser uma paixão contida. Até os amigos dele estão convencidos de que somos um "casal não assumido", pois não nos largamos.
Mas, tirando o fato de eu ter bebido com ele duas garrafas de vinho uma certa vez, e ter-lhe dado voluntariamente um beijo na boca, não consigo imaginar nós dois numa cama. Sinto asco toda vez que suponho em meu imaginário essa hipótese. Não, não, é impossível.
O fato é que, depois daquele beijo, as coisas mudaram. A relação passou direto para o nível G (GRUDE). Ele grudou em mim, e de tal maneira que agora não sei o que fazer. Passou a freqüentar minha casa e a cultivar uma amizade quase carnal com meus pais. Uma vez o expulsei, depois de estar com ele um fim de semana inteiro (já não o suportava), e ele ter aparecido descaradamente para almoçar, como se fosse meu namorado. Durante as férias, chegou a presentear meus pais com uma pizza, sábado à noite, em que eu não estava, para marcar presença... Ódio!
Agora a coisa chegou ao nível I (Insuportável) quando, semanas atrás, ele apareceu completamente bêbado. E me roubou aquele beijo. Que abuso! E no dia seguinte ainda tive de ouvir... "bem que vc gostou, porque retribuiu". Bem, não ententrei no mérito para não ficar remoendo o assunto... Se eu tivesse qualquer interesse em beijá-lo, já o teria feito antes, porque oportunidades nunca faltaram.
Aiaiaia, não sei como vai ser quando reencontrá-lo. Acho que vou vomitar

a definição perfeita do eu

"Também teve de ser o começo do fim da presidência de Julian do fã clube da Esposa do Inferno. O pobre anjo concorria a uma medalha na Corrida de Longa Distância Com Cruz Nas Costas Para Homens. Minha glândula de culpa latejava com o pensamento do que eu tinha feito a ele. Eu era um monstro. Dali a qualquer minuto, estaria soltando raios de cada lado do pescoço.
Vivian tinha deixado escapar que Jualian tinha um processo no Conselho Privado pedindo pela vida de dissidentes no corredor da morte em Anguilla. Abordeio-o ali, defronte dos portões principais de Downing Street.
- "Você tem de parar com as flores e os telefonemas, Jules. Separação em geral significa Ser Separado.
- "Separado? Que sou eu? Uma clara de ovo? - Ele estava pálido, curvado, degastado.
- "Eu não valho isso. Sou um lixo, sem brincadeira. Logo vou me mudar para um estacionamento de trailer e usar stilettos brancos, sem meias.
-"Preciso ver você. Saia comigo, essa noite.
- "Oh, Jules, vc nunca quis que eu saísse com vc quando vivíamos juntos. A não ser em proveito das vítimas de tortura. Eu jamais sabia se falava com elas durante os coquetéis antes de jantar e ter indigestão... ou sobre o vinho do Porto e ter insônia. Além disso, vou à cerimônia de entrega de prêmios esta noite com Zack.
- "Como? A formatura de ginásio dele?
-"O British Music Awards, para sua informação.
- "Ah, sim - zombou Julian. São exatamente como os Oscars... só que sem as sutilezas, as boas maneiras e sofisticação.
O colega de peruca de Julian perguntou-lhe se, caso não fosse demasiado inconveniente, ele se importaria de entrar e ajudar alguma vida.
Vendo Julian caminhar com dificuldade pelo beco sem saída calçado de pedra que leva ao Conselho Privado, senti-me arrasada pelo remorso. Sinceramente. Depois pensei na chegada aos estudios de Docklands nos braços do meu astro do rock.
Era esse o sonho erótico de toda garota desde a puberdade, ou não? Iria me entregar a uma noite de encanto pessoal e hedonismo? Ou devia mostrar um pouco de caráter? Chame-o. Peça perdão a ele!, preguei um sermão severo a mim mesma.Meu cérebro ameaçava secionar-se do corpo. Era hora de ouvir minha consciência. Mas aí, pensei... escute. Você realmente não deve aceitar conselho de estranhos... e fui depilar as pernas

Do livro, Altar Ego, de Kathy Lette, que estou terminando. Sensacional!

10/17/2005

Coralo


"Assim,
Começou assim
Uma coisa sem graça,
Coisa boba que passa
Que ninguém percebeu."

"Assim,
Depois ficou assim
Quis fazer um carinho
Receber um carinho
E você percebeu."

"Fez-se uma pausa no tempo
Cessou todo o meu pensamento
E, como acontece uma flor
Aconteceu o amor."

"Assim,
Sucedeu assim,
E foi tão de repente
Que a cabeça da gente
Virou só coração...

"Não poderia supor
Que o amor nos pudesse prender
Abriu-se no peito a canção
E a paixão por você."

Pra vc, com carinho, Pá

Da série que não acaba

No MSN, hoje...

"Olá mulher". "Vc está linda"
Obrigada, disse, sem graça.
"Quero sair com vc"
Como assim?, disse eu, assustada.
"Eu penso sempre em vc. Pensei em te ligar no fim de semana"
Eu estava na praia, menti.
"Imaginei", disse a pessoa. "Por isso nao liguei... Mas fiquei pensando o quanto você estava bonita na sexta-feira. Simplesmente maravilhosa"
(não respondi)
"Vc vive no meu imaginário"
(não respondi)
"Um homem de 43 anos sabe muito bem o que quer"

Meus Deus, quando é que vou sair dessa fase? Os homens, definitivamente, perderam a NOÇÃO das coisas

E Alice não foi mesmo

Lamentavelmente. Como imaginava, Alice ficou encantada com o coelho, resolveu segui-lo e perdeu-se no labirinto do qual não conseguiu sair a tempo para a festa. E aí encontrou a rainha de copas, e no jardim da sua imaginação bebeu na xícara o líquido do qual não viu, mas que a fez cair num sono profundo... Alice só acordou hoje, segunda-feira, às 11 da manhã. Anda um pouco sonolenta para encarar a vida. A magia do conto de fadas é bem melhor que a vida real. Pena que não se pode fugir dela (ou não?). Infelizmente, a vida é real. Para o bem, ou para o mal.

Branca de Neve (Nani), Bela (Mari) e Chapeuzinho Vermelho (Juvs),
prontas para a festa em que Alice (eu) não foi

10/14/2005

por que Alice

Primeiro, porque a fantasia era uma das poucas disponíveis que me serviram. Segundo, porque me idenfico com a história: uma menina curiosa que, cansada de seu mundo monótono, resolve seguir o coelho branco e acaba caindo no maluco País das Maravilhas... O que ela achou da aventura, a gente não sabe, ela nunca contou. Aliás, a história é meio sem propósito. A menina não tem dilema, é apenas uma espectadora das coisas que acontecem ao seu redor (eu???). A história também não tem nenhum comprometimento com a realidade, nem dela há alguma lição a ser aprendida. Não há nenhum príncipe encantado e eles não vivem felizes para sempre no final. Grande Lews Caroll. Aliás, na minha opinião, os irmãos Grimm deveriam ser punidos por enganar milhares de criancinhas por tantos anos. Pra sempre, é sempre por um triz.

10/13/2005

noite da fantasia


Sábado tem festa à fantasia. E a noite promete muito. Branca de Neve já providencicou quase tudo, só falta a maçã. A Bela passou a noite de ontem costurando o vestido e Chapeuzinho Vermelho está mais astuta que o lobo mau. Só Alice ainda não sabe se vai ou não. Meteu-se num labirinto, do qual não sabe se vai conseguir sair a tempo. O coelho já passou mostrando o relógio, avisando que o tempo está passando. Mas, no País das Maravilhas, tudo é improvável, imprevisível. Vamos ver no que dá.

10/11/2005

reminiscencia

No dejé tatuado
ningún arrepentimiento
de mis pecados en tu espalda
Ni en tus cabellos
que peinabas desnuda y
que yo jugueteaba con ojos abiertos…o cerrados
El día que la serpiente dijo
que tú ya no estabas más,
aún sin posibilidades de volver a vernos,
huí del paraíso.
de um autor mexicano, que encontrei enquanto vagava na internet

mais uma da série unnotionless

Mensagem no celular: "Oi meu amor, como vc está, saudades". Sem assinatura. Olho na relação de chamadas recebidas e vejo que o código não é de Sampa. É de Natal (rs)

à noite, outra chamada. "Lembra de mim, é João, de Brasília, aquele que te conheceu no avião indo para Salvador... Por que só eu ligo para vc? Vc nunca vai me ligar, né?"

Urgh, fala sério, ninguém merece. Mas é para aprender... Nenhum homem se aproxima de uma mulher sem segundas-intenções. E a única intenção é... comê-la.

Unnotionless

Dia 6/10, quinta-feira, 2:30 da madrugada. O telefone toca. Eu estava... bem... digamos, ocupada (o que eu estava fazendo não vem ao caso), mas resolvi ver quem se tratava. Olho no visor e vejo: Fernanda. Resolvo não atender. Afinal, o que ela poderia querer comigo àquela hora? No certo faria um convite para um chope. E eu, uhmmmm, estava fazendo coisa mais interessante. No dia seguinte, ao ouvir a mensagem deixada supostamente pela Fê, uma voz masculina me deu arrepios. "Patrícia, tudo bem?, é Danilo. Desculpe ter ligado para vc aquela hora, mas queria saber como vc está, como foi a viagem, blablablá." Uiiiiiiii, socorro. Muito estranho. Nada demais se se tratasse de um superamigo, que numa situação de emergência (tipo, o pneu furou, estou sem step, a chave quebrou no contato da ingnição), tivesse lembrado de mim como a única salvadora da pátria de todo o Planeta. Mas estamos falando de um ex-caso, um ex-ficante, uma ex-trepada, ex-colega de jornal, ex-passado que eu não faço a mínima questão que volte a ser presente. Bom, a coisa não parou por aí. O telefone tocou logo em seguida, ele de novo. Para se desculpar e marcar um chope, porque, segundo ele, temos muito o que falar (????). Eu recusei discretamente o convite; era sexta-feira, dia de fechamento, acabaria tarde, respondi. Mas para a minha surpresa... hoje encontro novo e-mail do unnotionless.
"Oi, Você vai trabalhar amanhã? Bom, eu vou, mas entrarei mais tarde.
A gente podia marcar aquele papo hoje. O que acha?
Beijos
Dan"
O que está acontecendo neste mundo? Por que será que eu eu vivo rodeada de loucos que se acham no direito de pensar que todas as mulheres da face da Terra (principalmente eu) estão à disposição? Que em nome de uma "bem-intencionada amizade" se acham no direito de me telefonar de madrugada, me beijar a força, se embriagar e dizer que me ama e, no dia seguinte, fingir que nada aconteceu? Façam o favor! Já não sei se a errada sou eu. Porque a dra. Elza, minha psicóloga, vive dizendo que "a gente atrai o semelhante". Tsunami, Rita, Katrina, e homens sem noção... Acho que, definitivamente, o mundo está acabando.

10/10/2005

revivel

"A hora do sim é o descuido do não", já dizia a cantiga de Toquinho/Vinicius de Moraes. "Sei lá, sei lá... A vida tem sempre razão". Falo isso porque o ser humano tem manina de pensar duas vezes antes de agir, quando deveria, pelo menos uma vez na vida, fazer o contrário: agir duas vezes antes de pensar. A razão nos faz, muitas vezes, ver passar diante dos olhos os melhores momentos de nossas vidas. Claro, estamos sempre travestidos dos valores morais que a sociedade impõe. Mas como ficam os nossos desejos? E os nossos sonhos, para onde caminham? Deverão ser sempre reprimidos em razão do que a sociedade ou sei lá que diabos acha certo?
Bem, semana passada passei por um revivel desse misto de culpa e desejo. Aquele impasse que a gente sente diante da situação que alguém nos disse que era errado. Aquela coisa do "não faça, isso é pecado". Mas o que é certo e o que é errado nessa vida? Só sei que preferi trair o "valor moral" em vez do meu desejo. Porque trair meu desejo, no caso, seria trair a mim mesma.
Bom, mas não tô dizendo que não somos responsáveis por tudo o que fazemos. Não, não é isso. E agora é chegado o momento de pagar a conta. Mas, quer saber? Nunca fiquei tão feliz por ter entrado no cheque especial.

coisa feia


Acabo de fazer uma coisa feia. A amiga Nani me mandou um link com o novo blog dela e confesso que morri de inveja. Lembrei-me de quando também tinha o meu, sobretuto das histórias que nele havia, e bateu um remorsso grande por tê-lo deixado evaporar. Se bem que não foi por culpa minha. Graças à ação de um hacker, vírus ou coisa parecida, a história da minha vida desapareceu como a escrita de um livro desaparece depois de esquecido no quintal durante uma forte chuva. Apagou... Mas agora quero retormar essa história. Muito tempo passou, eu cresci (para o bem ou para o mal) e tenho novas alegrias, decepções e desconsolos para postar aqui. E pra rememorar, também. Falando então das minhas reminiscências, cabe uma passagem no tempo que nunca quero esquecer (e nem o tempo nem o vento podem apagar): a viagem a Punta del Leste. Poderia dizer que essa viagem mudou completamente minha vida (para o bem ou para o mal). Então, posto a foto em homagem a esse momento. Volto então às páginas, às muitas que ainda esperam ser escritas. E seguir contando como vivo, como ando, o que penso, enfim, quem eu sou. Cheguei.