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4/29/2008

O Veredicto

Irreparável... Irremediável... Irreversível... Irrevogável... Impossível de impedir ou cancelar... O ponto sem retorno... O final... O derradeiro... O fim de tudo...

Três anos depois, o juri decidiria o destino daqueles dois, que voltariam a estar frente a frente numa acareação que, felizmente, foi evitada pelos advogados de defesa.

Ele, cujos apelos foram totalmente ignorados pelo juri, foi condenado à morte, tendo em vista os danos causados à outra parte em 2005, sendo deportado ao país de origem sem qualquer chance de apelação.

Quanto à moça, dizem que, logo após ter sido proferida a setença, ela cruzou sorridente as portas daquele tribunal, arquivando, de uma vez por todas, os registros daquele passado torturante.

"Lasciate ogni speranza" era a frase dantesca que encerrava, em tinta indelével, aquele veredicto. Da setença não cabe mais nenhum recurso.

4/19/2008

I've been thinking about you

A gente sempre acha que o mundo vai acabar. Mas ainda bem que não vai. Eu juro que tentei desta vez. Escrevi, mais de uma vez. Mas ele não respondeu. Descartou, sumiu. Tô triste, de verdade. Queria que tivesse sido diferente. Mas, enfim, não é a primeira vez que isso me acontece e não vai ser a última. O negócio é seguir tentando. Uma hora dá certo. I Believe!
E sexta passada, na festinha da Dani, tocou Cher, e eu gritei a letra, como se quisesse que ele escutasse. E dancei, dancei, dancei, me acabei de dançar, até não poder mais...


No matter how hard I try
You keep pushing me aside
And I can't break through
There's no talking to you
It's so sad that you're leaving
It takes times to belive it
But after all is said and done
You're gonna be the lonely one

(REFRAIN)
Do you believe in life after love?
I can feel something inside me says
I really don't think you're strong enough, no
(repeat)

What am I supposed to do?
Sit around and wait for you
Well I can't do that
And there's no turning back
I need time to move on
I need love to feel strong
'Cos I've had time to think it through
'N' maybe I'm too good for you

(REFRAIN)

Well I know that I'll get through this
'Cos i know that I'm strong
I don't need you anymore
I don't need you anymore
No, I don't need you anymore
I don't need you anymore

4/14/2008

Final feliz

Nestes tempos líquidos, segundo Zygmunt Bauman, em que não temos controle sobre nada e não há respostas possíveis às nossas angústia e ansiedade desenfreadas, fica cada vez mais difícil entender para onde caminha as relações humanas e os vínculos afetivos.

Estamos sempre circulando dentro de shopping centers, dirigindo em carros blindados, vivendo em condomínios fechados, lutando por atualização constante e acúmulo de conhecimento. Nossas conexões - e não relações - são superficiais e virtuais. Temos medo do outro, o estranho, que, segundo meu professor da pós-graduação, é pior que o inimigo, que é previsível. O estranhamento assusta, porque ele está colocado em outra dimensão cultural.

Não existe mais relação de pacto ou compromisso. As conexões são interesseiras e interessadas - estabelecidas por conveniência, que a gente liga quando quer e desconecta quando ameaça. A indústria do medo faz a gente canalizar a angústia da existência no consumismo, porque, afinal de contas, o sentimento de pertencer a algo ou alguém é uma necessidade inerente à raça humana.

Tentam nos convencer de aquele automóvel ecoturb vai nos dar a tão almejada sensação de bem-estar... E a gente compra, em 100 prestações mensais, pelo enorme prazer de ficar trancados em casa, seguros, sozinhos, sentados, inertes, impassíveis, diante da tevê. Viva o Homer Simpson!

Cresce o racismo, a xenofobia, a intolerância. E todo mundo finge que não entende o por quê das guerras e por que os Estados Unidos, o país mais conservador do planeta, é também o maior produtor de pornografia do mundo.

Aí vem o Gikovate defender, em seu novo livro, a tese de que amor nos tempos modernos é lenda, e que talvez nós, mulheres, tenhamos mais interesse em estabelecer relações estáveis por razões sexuais (não nos divertimos muito com o sexo sem compromisso)e pela idéia antiquada de que casar pode ser um bom negócio. E que os solteiros é que são felizes, porque a solteirice representa a vitória da individualidade... Viva os encalhados!

E assim caminha a humanidade, rumo à esquisitice, na minha humilde opinião.