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10/24/2007

Pra pensar


“Sim, parece que a grande chaga de nosso tempo é não se contar com o futuro. E, se o futuro nada nos promete, por que cuidar do passado?”
(Rachel de Queiroz).

10/23/2007

Fast-pleasure

Aproveito para falar das incompatibilidades do amor nesses tempos de banda larga e second life. O "real" está cada vez mais complicado e, quando a gente tenta mostrar que nem tudo está perdido, corre o risco de ser mal interpretado.

É meu amigo, 'times are changing'. E eu querendo falar em princípios, base familiar, comida feita pela mãe e todas essas coisas demasiadamente velhas, que parecem ter ficado chatas demais para essa nova geração fast-pleasure.

Nem parece que foi ontem, mas tudo mudou. Ninguém atura mais uma chata romântica como eu. Hmpf!
Aliás, tem alguém aí que se importa com mais alguém além de si mesmo?

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Il Dolce Far Niente
Uma manhã para ler um livro, à beira-mar. Uma tardinha na rede, balançando. Uma noite morna, baixo às estrelas. Um dia para fazer nada, Rien, Zip, Népia. Nada!

Se me fosse concedido um desejo, um único desejo, eu diria: férias!
Mas, se me deixassem sair de cena por um momento, eu acho que morreria de tédio.
Já não consigo incluir o "dolce far niente" no roteiro.

10/04/2007

A gente se vê!

Em uma megalópole como São Paulo e outras tantas grandes cidades brasileiras, haja encontros e desencontros, alguns não tão graves, outros infinitamente dolorosos, que nos perturbam os sentidos, que fazem a gente maldizer os céus, os astros, o destino.
Fica tudo na base do “a gente se vê”... E adeus!

Não que fosse acontecer um casamento ou algo do gênero a partir daquele encontro, nada disso, mas foram encontros bonitos, fortes, que se acabam ali mesmo, na poeira da estrada, numa tarde fria, em um café da manhã, numa simples despedida. “A gente se vê.” Pronto, eis a senha para o terror, o “never more”, o nunca mais do corvo do escritor Edgar Allan Poe.

A gente se vê. Corta para uma multidão no Viaduto do Chá. A gente se vê. Corta para uma saída de estádio lotado em dia de decisão de campeonato. A gente se vê. Corta para “onde está Wally”. Nada mais detestável de ouvir do que essa maldita frase. Logo depois a porta bate e nem por milagre.

Melhor dizer logo que vai comprar cigarro, o velho king size filtro do abandono. Melhor dizer que vai pra nunca mais. Melhor o silêncio, o telefone na caixa postal, o telefone desligado, o desprezo propriamente dito, o desprezo on the rock’s.

A gente se vê uma ova! Seja homem, troque de palavras, use o código do bom-tom e da decência. A gente se vê é a mãe, ora, ora. Como canta o Rei, use a inteligência uma vez só, quantos idiotas vivem só...

Esse “a gente se vê” deveria ser proibido por lei. Constar nos artigos constitucionais, ser crime inafiançável no Código Penal. A gente se vê é pior do que a gente se esbarra por aí. Pior do que deixar ao acaso, que jamais abolirá a saudade, que vira uma questão de azar e sorte.

Melhor dizer logo “foi bom, meu bem, mas não te quero mais”. YO NO TE QUIERO MAS! Dizer foi bom meu bem e pronto, ficamos por aqui, a vida é assim, sempre mais para curta do que longa-metragem.

A gente se vê é a bobeira-mor dos tempos do amor líquido e do sexo sem compromisso. A gente se vê é a vovozinha, ora! Seja homem, diga na lata. Chega de enganar moça de fino trato. Ela não merece desdém. A fila anda, meu filho, jogue limpo.

A gente se vê. Corta para uma multidão no show do Morumbi. A gente se vê. Corta para a multidão no Campo de Marte. A gente se vê. Corta para o formigueiro do Maracanã. A gente se vê. Corta para a São João com a Ipiranga. A gente se vê. Corta para um engarrafamento gigante na Marginal do Tietê...

A gente se vê. Então aproveita e vai olhar se eu estou lá na esquina!

Ho-Ho-Ho!

PRÊMIO USP DE COMUNICAÇÃO CORPORATIVA ANUNCIA OS CINCO FINALISTAS EM SUAS DUAS CATEGORIAS

O Prêmio USP de Comunicação Corporativa entra em sua fase final anunciando os cinco finalistas em suas duas categorias.

Na categoria I, "Trajetória Profissional", que tem por finalidade premiar profissionais que são referência em suas trajetórias organizacionais, foram escolhidos: Elisa Prado, Diretora de Comunicação da Tetra Pak; João Rodarte, Presidente do Grupo CDN; Malu Weber, Gerente Corporativo de Comunicação e Gestão de Marca do Grupo Votorantim; Rosângela Santos Coelho, Gestora Corporativa de Comunicação e Responsabilidade Social da Embraco; e Wilberto Luiz Lima Júnior, Diretor de Comunicação e Responsabilidade Social da Klabin S.A.

Banco do Brasil, CCR, CPFL Energia, SulAmérica Seguros e Unibanco foram os selecionados na Categoria II, "Campanha", que visa reconhecer um projeto de sucesso na área de Comunicação Corporativa desenvolvido por uma organização ou agência de comunicação.

Os candidatos desta categoria foram julgados por professores da Escola de Comunicações e Artes e da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP. Os vencedores das categorias I e II serão anunciados na cerimônia de premiação que será realizada na Sala São Paulo, no dia 19 de novembro.

10/03/2007

Vergonha Alheia

Quando eu tinha 17 anos e ainda era foca em jornalismo, fui trabalhar num jornal pequeno, de bairro, cobrindo política na região do Grande ABC. Passava os dias infurnada em Câmaras Municipais, atrás de notícia, convivendo com prefeitos, vereadores e gente que, pelo fato de estar no Poder, acreditava ser o centro do universo.

Embora a convivência tivesse me aproximado muito deles, em nenhum momento deixei-me intimidar. Recusei presentes e convites para jantar, e denunciei a ousadia de um vereador que tentou me assediar em seu gabinete de trabalho.

Também não aturei o pedido do chefe, para que eu reconsiderasse a situação. Pedi demissão do jornal, e saí a campo em busca de oportunidade mais digna e mais respeitosa.

Mas querem nos convencer de que é normal o jornalista envolver-se com a fonte, pela nobre causa da convivência. E, se a fonte for casada, tudo bem também...
Perdoem-me os oportunistas de plantão, mas isso não é postura profissional que se leve a sério.

Bom, vindo de quem veio, não é de assustar. O que são R$ 12 mil mensais, a título de pensão, perto dos milhões recebidos para posar nua na Playboy?