Sem solidão diante de um prato de ostras
Eu nunca gostei de comer sozinha, mas agora que resolvi morar só, já estou me acostumando à idéia. Afinal tudo é questão de percepção. Se você se sente culpado, e um idiota sentado à mesa sozinho, é terrível. Mas se você encara a situação como um privilégio – afinal, a sua companhia poderia ser um tremendo chato, irritante e inconveniente – pode ser delicioso.
Estava em Ubatuba, faminta e solitária, e além do ponto da sociabilidade. E, sem que desse conta, passei diante de um bar que tinha um balcão, pouca luz, e um imenso cartaz: ostras frescas. O lugar perfeito, longe de mesas e toalhas e dos casais que jantavam à luz de velas. Só eu e a garrafa de chardonnay: que casal perfeito!
Quando o prato de ostras chegou, fiquei feliz por estar sozinha. Uma coisa tão pura e cintilante como uma ostra crua exige muito da nossa atenção.
Você precisa cheirá-la, para sentir a brisa do mar, o som das gaivotas e das ondas quebrando. Tem de tirá-la da concha com cuidado e delicadeza, temperá-la com limão, levá-la à boca, para sentir sua refrescância e, depois, deixá-la escorregar pela garganta, entregando-se totalmente à voluptuosidade daquele momento. Ah, que sexy.
Depois que o prato acabou, e a garrafa secou, pensei que há algo docemente decadente em ser uma mulher de 30 anos, charmosa e solteira, apreciando um prato de ostras em seu leito gelado. Por que é bom entregar-se a pequenos e deliciosos prazeres.
Mesmo desarrumada e frenética, de chinelos e sem boas maneiras, com as mão ensopadas e o rosto melecado, sai daquele bar com a sensação tão boa de felicidade. Satisfeita e realizada tanto como uma criança de 6 anos quando calça os sapatos de salto alto da mãe e fuma cigarros de chocolate...
Estava em Ubatuba, faminta e solitária, e além do ponto da sociabilidade. E, sem que desse conta, passei diante de um bar que tinha um balcão, pouca luz, e um imenso cartaz: ostras frescas. O lugar perfeito, longe de mesas e toalhas e dos casais que jantavam à luz de velas. Só eu e a garrafa de chardonnay: que casal perfeito!
Quando o prato de ostras chegou, fiquei feliz por estar sozinha. Uma coisa tão pura e cintilante como uma ostra crua exige muito da nossa atenção.
Você precisa cheirá-la, para sentir a brisa do mar, o som das gaivotas e das ondas quebrando. Tem de tirá-la da concha com cuidado e delicadeza, temperá-la com limão, levá-la à boca, para sentir sua refrescância e, depois, deixá-la escorregar pela garganta, entregando-se totalmente à voluptuosidade daquele momento. Ah, que sexy.
Depois que o prato acabou, e a garrafa secou, pensei que há algo docemente decadente em ser uma mulher de 30 anos, charmosa e solteira, apreciando um prato de ostras em seu leito gelado. Por que é bom entregar-se a pequenos e deliciosos prazeres.
Mesmo desarrumada e frenética, de chinelos e sem boas maneiras, com as mão ensopadas e o rosto melecado, sai daquele bar com a sensação tão boa de felicidade. Satisfeita e realizada tanto como uma criança de 6 anos quando calça os sapatos de salto alto da mãe e fuma cigarros de chocolate...
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