PONTO FINAL
Woody Allen é mesmo genial. Não há como negar. Adoooro! Ontem fui ver Match Point (Ponto Final) e saí do cinema embasbacada. Principalmente porque o filme foi um tapa em minha cara.
Até parece que ele se inspirou na minha tragédia pessoal para abordar um tema que não tem nada de novo, aliás, e já tinha sido tratado por Dostoievski: a natureza ordinária do ser humano. O filme é Crime e Castigo puro.
Pior foi ouvir o comentário de um amigo sobre o filme:
"As mulheres são sinceras quando se apaixonam, são capazes de fazer tudo por um amor. Já os homens, não. São canalhas e covardes." Fui obrigada a concordar com ele (por que será?).
Ele é homem, deve saber muito bem o que está falando.
Wood Allen também deve pensar da mesma maneira. Quando o protagonista do filme é questionado sobre "culpa" (afinal, foi capaz de matar a mulher por quem era apaixonado só para manter o padrão de vida que tinha com a esposa", respondeu: "Temos de colocá-la debaixo do tapete, caso contrário, somos soterrados poe ela."
Fiquei pensando que agora já posso pedir alta da terapia. Os homens SÃO canalhas e ponto final.
Ps.: não gostaria de generalizar. Mas é que não tive a sorte de me apaixonar pelo homem certo, lamentavelmente.
Pra quem não viu o filme (vale a pena!), vai um comentário
Por Paulo Linhares
Ponto Final é a história Chris, um professor de tênis (Jonathan Rhys Meyes), leitor de Dostoievski, que depois de transgredir sexualmente, caindo em tentação por Nola (Scarlett Johansson), mata ela e outra inocente para salvar seu casamento. Depois de sorver o doce pecado do proibido, acaba perdendo o tesão e a paixão quando Nola aparece grávida e totalmente apaixonada.
Chris não sente culpa nenhuma em matar Nola e sua velha vizinha para manter o casamento confortável e uma vida de luxo (embora não fosse apaixonado por sua mulher). Em síntese: é a velha história da amante que virou mala e do marido que se mantém casado para não criar conflitos.
O debate é sobre culpa e sorte. Chris tem sorte e o crime é perfeito. Pior para a Scotland Yard. Nola é uma atriz que encarna verdadeiramente a tentação loira. Quando o filme vira "noir" ela fica vulgar. Wood Allen tenta deixá-la feia. Não consegue.
João Pereira Coutinho, um cronista português da Folha, diz que Scarllet na capa de "Vanity Fair" ao lado de Keira Knightley, parece "uma empregada doméstica". "Scarlett tem sexo escrito na cara e essa confissão vulgar aniquila qualquer imaginação".
Pode Freud? Scarlett é a nova encarnação do pecado. E além de uma cara permissiva, que incomoda os garotos bem comportados, os novos direitinhos da direitinha, é uma atriz portentosa. Ninguém faz A moça do brinco de pérola e Lost in Translation (traduzido bregamente como Encontros e Desencontros) impunemente".
O filme é genial e merece ser visto.
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