Compartilhar

3/16/2008

Para os momentos de solidão

"Tomei um calmante, um excitante, e um bocado de gim"
Chico Buarque, Bastidores


Dizem que, para entreter um devaneio, nada melhor que um bocado de gim.
Daí o sucesso do Dry Martini, drink-tablado dos solitários de plantão, o famoso "água suja com azeitona" que desperta o nosso artista interior: algumas doses e a gente canta, dança, levanta os braços, sobe no placo e faz até strip tease... É, sem dúvida, a melhor invenção de um norte-americano.

Não sei se o que me conquistou foi a aparente simplicidade, o aroma floral e seu sabor inteiro, sem escaramuças. Um drink extremamente seco, com 47º de teor alcoólico - o vinho tem 13º -, incolor e com cheiro de perfume.

Ele é perfeito, eu amo. Só por isso, ele merecia uma página inteira do blog.
Para quem não conhece, segue a receita, retirada do livro "Dores e Delícias de ser Sozinho".

Ingredientes:
2 cálices de gin
1 cálice de vermute seco
1 colher de chá de angostura
4 cubos de gelo
Azeitona verde

Modo de Preparo:
Coloque na geladeira tudo o que é necessário: os copos, o gim, a coqueteleira.
No gelo bem duro derrame primeiro as gotas de Noilly Prat, depois meia colher de café de angustura. Só conserve o gelo, que mantém vestígios muito leves dos dois perfumes, e derrame o gim puro sobre esse gelo. Misture e sirva. Isso é tudo, não há mais nada além disso.

PS.: É preciso que o gelo utilizado seja totalmente congelado, muito duro, numa temperatura de maios ou menos 20 graus abaixo de zero, para que não solte água. Nada pior que um martini aguado. E isso é tudo!