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12/21/2005

Traumas natalinos

Natal tem suas coisas boas. Mas ruins, também. Trânsito, shopping lotado, pessoas estressadas, por exemplo. Filas por toda a parte. Tenho fobia disso. E os shoppings estão intransitáveis. Até agora não tive coragem de pisar neles para fazer as compras de Natal. Os amigos que me perdôoem, mas só receberão presentes natalinos no Ano-Novo, com certo atraso.

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Falando ainda sobre os traumas, não gosto de Natal. Acho uma data triste. Uma data que me relembra perdas. A família que foi se desfacelando. Antes, era uma festa. A gente celebrava o encontro da família. Agora, somos 4 em casa, apenas, e alguns vizinhos que também não têm com quem ficar. Que foram ignorados por suas família. E minha casa, parece, assim, um asilo de desabrigados, de gente ressentida e magoada. Isso me deixa muito deprê.

Meu primeiro grande trauma natalino foi quando minha tia anunciou que iria mudar-se para os EUA. Isso faz 11 anos já. As ceias de Natal com ela, em Ubatuba, eram muitos legais. Lembro-me das risadas, das piadas e das conversas de gente grande que eu acompanhava até quando os meus olhinhos de criança agüentavam. Era muita gente. Muita comida. Muita música, muitas risadas. Depois que ela foi embora tudo mudou. Sofremos um estresse horrível com a venda de nossa casa de Ubatuba. A amizade entre minha mãe e minha tia ficou abalada. Nós conseguimos comprar a casa, mas minha mãe ficou com remorso enorme da Tia Célia. Aí, quando chega Natal, me lembro disso. Não tem como ser uma data feliz...

O segundo trauma foi a morte da minha avó. Depois que a Tia Célia foi para os EUA, a ceia natalina foi transferida para a casa da avó Joana. Já não era tão legal quanto antes, porque a vovó costumava dormir cedo. Não tinha mais festa, não tinha mais música. Mas tinha ela, minha avó querida! Quando ela morreu, a família se dissipou. Cada um foi para um lado, começou a briga por herença. Uma coisa muito mesquinha, que até hoje está marcada por ressentimentos. Meu pai, que adorava os irmãos, pouco os vê. E quando chega Natal, que é época de ligar para eles, fica um choradeira só lá em casa.

É por isso que, Natal, para mim, não tem a menor graça.
Minha esperança era de que o Ano-Novo fosse melhor. Pelo jeito, não vai ser.

1 Comments:

Blogger Cris Negrão said...

Ai Patinha, que deprê...vem passar o natal aqui. O risoto, o vinho e a música são garantidos...e muita bagunça!!!rs

3:04 PM  

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